terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Agora você, agora eu...

Era uma vez dois irmãos pobrezinhos, um deles deveria ter cinco anos e o outro dez, pés descalços, braços nus, batiam de porta em porta, pedindo comida, estavam famintos.
Mas as portas não se abriam, a indiferença lhes atirava ao rosto expressões rude.
Finalmente  em uma casa singela, uma senhora atenta lhes disse: "vou ver se tenho alguma coisa para lhes dar. Coitadinhos." e voltou com uma latinha de leite condensado, que alegria!
Os garotos se sentaram na calçada, então o menor disse para o irmão: "você é mais velho, tome primeiro..."  e ficou olhando-o, com a boca semi-aberta.
O menino mais velho levou a lata à boca no gesto de beber, mas  apertou fortemente os lábios para que nenhuma gota do leite caísse e assim  devolveu a latinha ao irmãozinho: "agora é a sua vez".
O pequeno sem pestanejar deu um grande gole e exclamou: "como está gostoso."
Agora sou eu disse o mais velho, tornou a levar a latinha  já meio vazia à boca e repetiu o gesto (fingindo beber  o leite) e assim eles ficaram "agora você", "agora eu", "agora você".
Depois de  talvez  uns seis ou sete goles, o menorzinho,  havia tomado o leite todo sozinho.
Foi nesse momento que o mais extraordinário aconteceu.

O mais velho começou a cantar e a jogar bola com a latinha, estava radiante, cheio de felicidade, (de estômago vazio é verdade, mas de coração transbordando de alegria), pulava com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas grandiosas sem dar importância nenhuma.


Observando mais atentamente o  "agora você", "agora eu", o maior dos meninos nos deixa uma lição.

"que é sempre mais feliz aquele que dá do que aquele que recebe" (Atos 20:35)

Este é o segredo do amor, sacrificar-se com tal naturalidade, de forma tão discreta, apenas pelo simples fato de ver ou saber que o outro está saciado, mesmo que esse outro nem sequer perceba a ponto de agradecer pelo que está recebendo.

Façamos sempre aos outros, o que gostariamos que nos fosse feito, coloquemos em nossas janelas da alma enfeites como:  o amor, a bondade, a compaixão, a ternura para que alcancemos a felicidade quando ela passar e assim ela queira fazer morada em nós.
Amando sempre (independente de tempo ou situação) ampliaremos o círculo dos nossos afetos e seremos benção para os que nos cercam.
Façamos o bem  sempre que pudermos e se a ocasião não aparecer, CRIEMOS  a oportunidade de servir.
Deste modo, a felicidade estará conosco por onde quer que andarmos.

Um comentário:

Cleide disse...

linda mensagem